segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Quem veio primeiro e outras dúvidas cruéis

O teatro se faz do quê? E a literatura? A gente um dia acorda artista? Poeta faz que curso? Músico vive como? Um jornalista eu sei, é feito de muitas perguntas e interesse comum. Você pega um cara-de-pau, ensina ele a descobrir o que todo mundo quer saber, ir um pouco além e pronto. Está feito. Dá para melhorar, é verdade, mas a essência é essa e tem quem pague bem. E o artista? “Dê a ele a sensação do mundo”, certo. Mas ele lê o que para aprender? Se eu contar que, nessa cidade de clima seco, não são só as árvores que entortam? Nesse sonho de fazer arte as pessoas se desdobram. Tem quem trabalhe feito louco – feliz, de fato, mas louco – para transformar expressão em ganha pão. Tem quem tenha vida dupla, de dia analisa sistemas, de noite se analisa em cena. E há os que se escondem, ah! Como há.

Os que deixam a vontade de gritar latente; morrem de medo de um pincel ou tela em branco, porque sabem muito bem o destino de quem se deixa levar por esse mar de sensação.

Vejo-os todos, caminho entre eles, disfarçado. Agora é tempo de contar o que ando vendo. Nessa cidade em que namoros e amigos são passaporte de entrada para o que você puder imaginar, é hora de alguém dizer o que forma a identidade dessa juventude comprometida com o Brasil e consigo, que se conhece toda e jura que não se entende em nada. O centro do país é um ovo. Um ovo de Codorna. Eis minhas pauta: Quero falar de como ele é subversivo.

4 comentários:

Thaís Figueiredo disse...

O rapaz dos conselhos de ouro e da escrita impecável. Esse é o Ronan. Adorei o título, o subtítulo e os posts desse blog. É de criatividade assim que o jornalismo precisa. Eu acho! Se concordam comigo é outra coisa, mas que eu acho, eu acho!

Mah disse...

Ô abre alas que ele quer passar.


Seja-bem vindo jornalista-blogueiro.

Eu prefiro aqui. Seu flog não nos permite comments.

Um cheiro nêgo.

Larissa Gomes e Mai Dornelles disse...

olá! Já eu fiquei sem a Madeleine Peyroux :\ mas td bem, acredito que seja superável.
O mais legal desse post é que li do início ao fim naquele ritmo de sotaque nordestino, e sem me dar conta disso durante a leitura sabe?!
bjo! até mais.

Larissa Gomes e Mai Dornelles disse...

na verdade o comentário saiu no post errado, era p/ ser no de cima... mas o que vale é a intenção não é mesmo?!