terça-feira, 8 de abril de 2008
Maria Bethânia
Foi assim a estréia de Maria Bethânia. No teatro Opinião, com dezoito anos, no Rio, cantando "Carcará" de João do Vale. À convite da Nara Leão, que lhe ouvira cantar no show "Mora na filosofia", onde Bethânia fora lançada oficialmente como cantora por Caetano, ainda em Salvador. A repercussão de Carcará foi enorme, e ela voltou para Salvador, dizem, temerosa do rótulo de cantora de protesto. Voltaria em 1996 decidida a ser cantora.
Patrimônio nacional. Pode ver.
Carcará
Lá no sertão
É um bicho que avoa que nem avião
É um pássaro malvado
Tem o bico volteado que nem gavião
Carcará
Quando vê roça queimada
Sai voando, cantando,
Carcará
Vai fazer sua caçada
Carcará come inté cobra queimada
Quando chega o tempo da invernada
O sertão não tem mais roça queimada
Carcará mesmo assim num passa fome
Os burrego que nasce na baixada
Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que home
Carcará
Pega, mata e come
Carcará é malvado, é valentão
É a águia de lá do meu sertão
Os burrego novinho num pode andá
Ele puxa o umbigo inté matá
Carcará
Pega, mata e come
Carcará
Num vai morrer de fome
Carcará
Mais coragem do que home
Carcará
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